O conflito israelo-palestiniano: quem atirou a primeira pedra?

O conflito entre Israel e a Palestina, um dos mais longos e controversos da História, em consequência da ocupação ilegal e pela via da força levada a cabo pelo Estado de Israel, continua a provocar vítimas e o progressivo acantonamento da população palestiniana. Desde o início das hostilidades, há uma semana, já morreram 213 pessoas, incluindo 61 crianças. Do lado israelita há um registo de 10 mortes, incluindo duas crianças, o que mostra claramente a desproporção de meios utilizados pelas autoridades judaicas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, os ataques israelitas danificaram, ainda, pelos menos 18 hospitais e clínicas e destruíram uma unidade de saúde. A Human Rights Watch acusa Israel do crime de apartheid, o que é recusado pela liderança israelita com a afirmação de que os residentes de Jerusalém são “tratados com igualdade”[i]. Sem sinais de abrandamento, e com as autoridades de Israel a afirmar que os ataques em Gaza “vão continuar com força total”, uma parte da Comunidade Internacional continua estratégica e convenientemente a “olhar para o lado”, num silêncio que pode muito bem ser entendido como um alinhamento na estratégia genocida israelita, numa demostração de profundo desrespeito pela justiça e pelas vidas humanas que continuam a ser dizimadas naquela Terra Santa.

Artigo de opinião do Doutor João Henriques, publicado no jornal i, a 21 de Maio de 2021