Muhammad Khalid Ejaz, Embaixador da República Islâmica do Paquistão, foi o mais recente convidado dos Almoços-Conferência organizados pelo Observatório do Mundo Islâmico e que teve lugar no passado dia 24 de outubro.
O Grémio Literário acolheu este evento, que constituiu uma oportunidade única para partilhar a posição diplomática do Paquistão sobre um tema que merece especial atenção da comunidade internacional: a resolução da disputa em Caxemira, que tem dividido a Índia e o Paquistão.
Optando por abordar os possíveis caminhos para uma resolução pacífica, o Embaixador Muhammad Khalid Ejaz destacou a importância de respeitar as várias resoluções das Nações Unidas, ouvir a população e trabalhar num quadro de multilateralismo. Só assim, afirmou o responsável diplomático, é possível pôr fim a uma era de detenções, confiscação de terras, desrespeito pelos direitos humanos e falta de liberdade de expressão, que o território tem testemunhado.
“A comunidade internacional deve pressionar a Índia a libertar os presos, a respeitar a liberdade de expressão e a realizar um referendo, consultando a população”, afirmou Muhammad Khalid Ejaz, acrescentando que o “multilateralismo deve desempenhar o seu papel”. Neste âmbito, referiu, que “Portugal pode ser um dos proponentes de topo.”
A importância do diálogo e de uma resolução pacífica da disputa em Caxemira torna-se ainda mais premente quando sabemos estar perante duas potências nucleares, Índia e Paquistão. “Qualquer aumento da tensão, que leve a um conflito, pode ser muito perigoso”, afirmou Muhammad Khalid Ejaz.
Para que isso não aconteça, promover um referendo de consulta à população, sob os auspícios das Nações Unidas, é uma caminho incontornável, segundo o Embaixador do Paquistão. Admitiu que, se a independência for a decisão do povo de Caxemira, então, o Paquistão vai respeitar essa decisão.