A paz na Palestina foi o tema central do segundo Almoço-Conferência organizado pelo Observatório do Mundo Islâmico, no Grémio literário em Lisboa, que teve como orador convidado Nabil Abuznaid, Embaixador da Palestina.
O tema foi atentamente acompanhado pelos convidados presentes, entre os quais vários membros do corpo diplomático, caso do Embaixador da República Islâmica do Irão, Seyed Majid Tafreshi, do Embaixador da Argélia, Chakib Rachid Kaid, da Embaixadora do Canadá, Élise Racicot, e representantes das embaixadas de Marrocos, Conselheiro Yassin Dahlal, e da Turquia, Primeira-Conselheira Zeynep Kalali da Cruz Neves.
O Embaixador da Palestina partiu da sua vivência pessoal, e do processo que foi testemunhando desde a infância até aos tempos atuais, para mostrar que só há um caminho: a convivência pacífica entre Israel e a Palestina.
“Trabalhei para a paz entre Israel e a Palestina. Não há alternativa, os dois povos têm de viver juntos e ter paz”, afirmou Nabil Abuznaid, lembrando os tempos em que Yitzhak Rabin liderava o governo de Israel. “Esta foi a primeira oportunidade para vivermos juntos”, acrescenta. Mas tudo mudou com o assassinato do governante israelita. Neste ponto, recorda as palavras do líder palestiniano Yasser Arafat: “Não perdemos só Rabin, mas também o processo de paz”.
Percorrendo a história, lamenta que “a comunidade internacional tenha falhado todos estes anos no apoio aos palestinianos”. E, sobre Portugal, Nabil Abuznaid deixa a questão: por que motivo hesitou em reconhecer a Palestina?
Mas tal como espera que Portugal mude a sua posição e, em breve, seja um dos oito países europeus a reconhecer a Palestina, tem a forte convicção de que os tempos são diferentes e que isso pode trazer uma nova esperança. “O cenário está a mudar em Israel. O país fragiliza-se sem o apoio dos EUA. Além disso, as boas relações do Irão com os países árabes também evidenciam um cenário de mudança”, constata o Embaixador, concluindo: “Se Israel não aceitar a Palestina, não haverá paz com o mundo árabe.”
Os próprios acontecimentos recentes nas universidades americanas, diz Nabil Abuznaid, evidenciam os novos sinais: “Esta é a altura para mudar”.